quinta-feira, 25 de março de 2010

HTPC 5ª Feira

Pauta HTPC
5ª feira- 25/03/2010.


Tempo: 2 horas
Tema: Situação de produção: O que dizer? Como? Para quem? Com que intenção?
Objetivos:
Aperfeiçoar o ensino da leitura e da escrita como prática social.
Identificar os pressupostos teóricos que embasam as práticas.
Desenvolvimento:
- Organização do ambiente;
- Ouvir o que os participantes tem a dizer sobre o tema:
-Mulheres: Gosto de ser mulher quando... e Não gosto de ser mulher quando...
-Homens: Gosto nas mulheres... e Não gosto nas mulheres...
- Ampliação do repertório – baseado na audição e na análise das diferentes letras de músicas. A cada música escutada . Qual a relação com mulheres que conhecem?
- Possibilitar a leitura de imagens, mobilizando o grupo para a situação de produção.
- Criar uma situação imaginária de produção ( o que quero dizer? Como? Para quem ler? Com que intenção? Onde circulará?
- Apresentação da situação de produção:
A revista “M” é uma publicação dirigida às mulheres a partir dos 30 anos e tem como foco questões culturais e da atualidade. Moda, culinária e relacionamento não são temas abordados na revista.
A editora convidou poetas, articulistas e escritores para participar da edição especial em homenagem ao dia internacional da mulher.
- divisão dos 6 grupos
- distribuição das situações:
- Leitura dos textos pelos grupos.
Material:
Letras de músicas, cartazes, livros, objetos femininos, computador




Vitoriosa – Ivan Lins

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa

Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza

Quero toda sua pouca castidade
Quero toda sua louca liberdade
Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites
E ir além,
E ir além...

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa

Que a vida pode ser maravilhosa...


Ovelha Negra – Rita Lee

Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra
E água fresca
Meu Deus!
Quanto tempo eu passei
Sem saber!
Uh! Uh!...

Foi quando meu pai
Me disse:
"Filha, você é a Ovelha Negra
Da família"
Agora é hora de você assumir
Uh! Uh! E sumir!...

Baby Baby
Não adianta chamar
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar
Baby Baby
Não vale a pena esperar
Oh! Não!
Tire isso da cabeça
Ponha o resto no lugar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Tchu! Tchu! Tchu! Tchu!
Não!
Oh! Oh! Ah!
Tchu! Tchu! Ah! Ah!...

Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra
E água fresca
Meu Deus!
Quanto tempo eu passei
Sem saber!
Han!! Han!...

Foi quando meu pai
Me disse:
"Filha, você é a Ovelha Negra
Da família"
Agora é hora de você assumir
Uh! Uh! E sumir!...

Baby Baby
Não adianta chamar
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar
Baby Baby
Não vale a pena esperar
Oh! Não!
Tire isso da cabeça
Ponha o resto no lugar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Tchu! Tchu! Tchu! Tchu!
Não!
(Ovelha Negra da Família!)
Tchu! Tchu! Tchu!
Não! Vai sumir!...


Mulheres de Atenas – Chico Buarque

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Cadenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas
Quandos eles embarcam, soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam sedentos
Querem arrancar violentos
Carícias plenas
Obscenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar o carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas
Helenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Não têm sonhos, só têm presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas
Morenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos, heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas

1 Situação:
Você é um poeta consagrado. A editora da revista pede que você escreva um poema para seção “Ofício de Poeta”. Solicita ainda, que o poema revele o seu olhar de mulher sobre as questões femininas, as lutas, as conquistas, os impasses da mulher no mundo atual.

“Quem é essa Mulher?”

Quem é essa mulher que teve forças para lutar pela igualdade?
Igualdade com sinônimo de independência!

Quem é essa mulher que ocupou todos os espaços, que tem a liberdade de se expressar, que tem o mundo conquistado?

Sabemos quem é essa mulher!
Mulher que não deixou de ser filha, esposa e mãe.
E que consegue manter todas suas vitórias.

Sabemos quem é essa mulher, que guerreira como é, consegue manter todas as conquistas, apesar de todos os sacrifícios.

Mas quem é essa mulher?
Incansável, superior, já sabemos quem ela é.


2 Situação
Você é um articulista requisitado por vários jornais. A editora da revista pede que você escreva um artigo de opinião, para a seção “ ponto de vista”. Faz algumas sugestões que considera de interesse das leitoras. Cuidados da casa: Serviço militar?
Homens preferem as “Amélias”? (que eram mulheres de verdade)
As mulheres de hoje são mais independentes que suas mães?
Meninos e meninas devem ser educados da mesma forma?

Grupo I - Ponto de Vista

Era comum ouvir frases como: “Essa profissão é pra homem”, “lugar de mulher é em casa, cuidando dos filhos”, “Você está velha para casar”, “Vai ficar pra titia”, enfim frases com um tom machista faladas pelas próprias mulheres.
As mulheres conquistaram seu lugar e hoje são mais independentes, curiosas, competitivas, são mulheres provedoras e essa liberdade não tem preço.

Grupo II –

As mulheres de hoje são mais independentes que suas mães.
Apenas um retrato.
Num mundo globalizado, multi-informativo é obrigatório que as mulheres em maiorias e tornem mais independentes que suas mães, tudo evolui, caminhando para novas profissões, acupações.
Um lar estagnado é uma instituição em déficit.





3 Situação
Você é um memorialista. A editora da revista pede que você escreva para a seção “ memórias de Mulheres”. Explica, contudo, que não quer as memórias de uma mulher que tem notoriedade, fama, quer tenha ocupado cargos políticos. Quer as memórias de uma pessoa comum, do povo, que revele através de suas memórias, as lutas, dificuldades e conquistas da mulher nos últimos anos.

Grupo I – Sonho Desmoroando

Quantas mulheres nos seus vinte e poucos anos, sonharam em estar diante de crianças ouvintes de seus ensinamentos para a vida, para se tornarem cidadãos cumpridores de seus deveres e merecedores dos seus direitos.
Vão para o magistério, se formam e iniciam sua jornada de luta e labuta, mas o tempo passa, turmas se renovam e se deparam, no decorrer do tempo com situações impostos e complicadas, que fazem, no fundo, bem lá no fundo cair num sentimento de arrependimento.
Não se sabe se por obra do destino sentem-se de mãos atadas vivendo momentos de tortura, submissão, alvo de autoritarismo e, até mesmo rotuladas de incompetentes por não atingirem o objetivo que não é seu mas, daqueles que querem vê-las catando lata na fila do desemprego.
É muito triste pensar que muitas mulheres que sustentavam sua família com seu salário de professora se deparem com uma situação de dormir e acordar sem saber o que fazer para dar conta das suas contas. Não é uma, não são duas, são muitos que hoje necessitam de um novo emprego, pois o de antes, fica na memória e alguns ainda aplaudem de camarote.

Grupo II – Memórias da Educação.

Lembro-me como se fosse hoje: ainda era magra, sorridente e feliz, mal sabi9a o que me esperava pela frente.
Andava pela estrada de chão batido e descalça, levando quase uma hora para chegar na escola – meu destino- “ a primeira escola que lecionei”.
Encontrava com meus alunos sorridentes, receptivos, tudo era maravilhoso, mas tive a idéia de ir para a capital, para uma cidade chamada Mauá. Lá, havia: ônibus, asfalto, energia elétrica, água encanada e todo conforto de uma cidade. Mas quando entrei em sala de aula “meu mundo caiu”.
Aqueles jovens bonitos também sorridentes – detalhe: o sorriso não era para mim mas sim de mim. Que tristeza! Foram longos anos de decepções e decepções. Existia até um tal de bônus que ouvia falar mas não recebia porque tinha uma tal de meta que a escola nunca cumpria.
Bem, hoje, sinto-me vitoriosa sentada em minha cadeira de balanço lembrando de outrora do interior, claro! Porque da cidade quero distância.

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